Nível do rio Guaíba baixa para 4,90 metros pela 1ª vez desde sábado

Pela primeira vez desde sábado (4), o nível do rio Guaíba, em Porto Alegre, baixou para 4,90 metros conforme medição realizada às 15h30 na quinta-feira (9) passada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no Cais Mauá.

Apesar da redução, o rio Guaíba ainda encontra-se com 2 metros acima da cota de inundação (3 metros). 

No entanto, água que avançava sobre as ruas da capital aparenta estar estável e até recuando em algumas regiões, de acordo com moradores que tem monitorado o nível dos alagamentos onde vivem.

Boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgou que o número de mortos em decorrência dos temporais subiu para 107. A atualização ocorreu na quinta-feira (9) aponta que há um óbito sob investigação.

O boletim da Defesa Civil apontou para altas nos números de desalojados e de feridos, que dobraram.

Às 12h, havia a contagem de 232,6 mil pessoas fora de casa. Às 18h, o número foi para 395,6 mil, sendo 68.519 em abrigos e 327.105 desalojadas (que estão na casa de amigos e parentes).

No começo do dia o estado somava 374 feridos. Na última atualização, o número foi para 754.

O estado registra 134 desaparecidos.

Foram registrados novos alagamentos, no bairro Menino Deus, em trechos das ruas Itororó e José de Alencar.

Uma das vias chegou a ser usada, em dias anteriores, como ponto de base para caminhões do Exército Brasileiro e ambulâncias que resgataram pacientes do Hospital Mãe de Deus.

"A água avança em algumas vias em função do desligamento de algumas casas de bombas que ainda estavam em operação. Assim, alguns locais que estavam protegidos por elas acabam sendo inundados também", explica o professor Fernando Fan, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS.

De acordo com uma projeção do IPH o Guaíba pode levar até 30 dias para voltar ao nível abaixo de 3 metros. Na enchente história de 1941, foram 32 dias.

O maior nível do Guaíba já registrado foi de 5,33 m na manhã de domingo (5).

O recorde anterior foi em 1941 (4, 76m).

Entenda, em dois pontos, por que as águas não baixam:

- Bacias formam "funil": água em grande quantidade que escoa das bacias dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Gravataí, Sinos. Essas bacias "jogam" suas águas para o Guaíba, na capital, formando uma espécie de funil que retém as enchentes e atrapalha a saída para o mar.

-Ventos: ventos que sopram no sentido sul do litoral para o continente empurram a água da Lagoa dos Patos no sentido contrário, o que contribui com as inundações no Guaíba.